Os consumidores de energia de todo o Estado passaram por grandes transtornos em razão do longo período de estiagem ocorrido este ano e dos inúmeros focos de queimadas. Segundo a Cemig, somente no mês de setembro, 283 interrupções no fornecimento de energia foram provocadas por queimadas que atingiram a rede da Empresa, afetando principalmente consumidores das regiões Oeste, Leste, Centro, Sul e Norte de Minas.
Além dos incalculáveis danos ao meio ambiente causados pelas queimadas, os custos da Cemig para o reparo de equipamentos e estruturas, como postes, torres metálicas e condutores, apenas em setembro, foram de cerca de R$ 850 mil, valor próximo do que foi gasto para repor os prejuízos causados de janeiro a agosto, um total de R$ 896 mil. Além disso, o número de interrupções provocadas por queimadas no mês de setembro representou um aumento de 60% em relação ao apurado nos meses de julho e agosto, que somaram 176 ocorrências.
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais identificou, de janeiro a agosto deste ano, um crescimento de 25% no número de incêndios florestais, em relação ao mesmo período em 2010, passando de 6,7 mil para 8,3 mil ocorrências.
Apesar desse aumento, o número de ocorrências, assim como o valor dos prejuízos causados, são bem menores do que os do ano passado. Em comparação com o mesmo período de 2010, julho e agosto registraram três vezes menos ocorrências, de 529 para 176, o mesmo acontecendo com os custos de substituição de material e equipamentos, de R$ 2,1 milhões para R$ 705 mil, em 2011.
Essa diminuição de ocorrências e de custos se dá também em função das ações preventivas realizadas pela Cemig que, já se antecipando ao período seco, realizou diversas obras, como a pintura de postes e outras estruturas com material antichamas e a limpeza da vegetação que fica sob as redes e linhas.
A Companhia investe R$ 3,5 milhões por ano em ações de limpeza de faixa, com a poda de árvores e vegetações, acero ao pé das torres e aplicação de pintura antichamas nos postes de madeira em locais de risco de queimadas. “Aproximadamente 90% das estruturas afetadas estavam aceradas e 50% já haviam recebido a pintura antichamas, que retarda a propagação do fogo ao longo da estrutura e é realizada a cada dois ou três anos”, explica Edgar Pereira Cardoso, gerente de Planejamento e Acompanhamento da Manutenção de Linhas e Subestações de Distribuição.
Casos expressivos
Um exemplo recente e bastante significativo foi o incêndio que afetou o Parque Estadual do Rola Moça no dia 23 de setembro, situação em que mais de 30 técnicos da Cemig estiveram envolvidos no restabelecimento de energia para os moradores residentes no entorno do Parque. Na ocasião, sete torres de madeira foram queimadas e derrubadas, dez postes e 16 cruzetas também foram totalmente destruídos.
O trabalho das equipes da Cemig foi intenso, em função da urgência na substituição e recuperação das estruturas danificadas, o que gerou custos da ordem de R$ 120 mil.
O gerente de Serviços em Linhas de Distribuição da Empresa, Evandro Lúcio Oliveira, destaca o comprometimento e dedicação dos eletricistas nos trabalhos para o restabelecimento da energia. “Foi necessário mobilizar equipes fora do expediente normal, às vezes à noite e com condições severas de trabalho, como cinzas e calor, no combate aos incêndios”. E complementa: “em muitos casos, conseguimos evitar a interrupção no fornecimento graças à ação em tempo adequado antes mesmo que a estrutura queimada caísse ao solo”.
Além das ocorrências na região Central, no dia 14 de setembro, uma queimada provocou a interrupção no fornecimento de energia, durante algumas horas, para os municípios de Ilicínea, Guapé, Santana da Vargem e Coqueiral, no Sul de Minas, que, juntos, possuem mais de 40 mil habitantes.
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