Os estudos para a construção de um gasoduto ligando São Paulo a Uberaba, no Triângulo Mineiro, pela Cemig já estão trazendo novas possibilidades de investimentos para a região. O primeiro passo será dado com a assinatura do protocolo de intenções entre o Governo de Minas Gerais, a Cemig e a Petrobras, que acontece hoje (17/3), na cidade mineira, com a presença da presidenta da República, Dilma Roussef, e do governador Antônio Augusto Anastasia.
A Cemig e a Petrobras estão estudando as alternativas para a implantação do gasoduto nos próximos dois anos, com extensão de 256 quilômetros e capacidade para transportar 7 milhões de metros cúbicos por dia. Essa obra é uma antiga reivindicação do Triângulo Mineiro e vai permitir a interligação do Gasbol (gasoduto Brasil-Bolívia), que hoje atende o Mato Grosso do Sul e São Paulo, ao Estado de Minas Gerais.
“A Cemig já está presente há décadas no Triângulo Mineiro por meio de suas maiores usinas hidrelétricas, como São Simão e Emborcação, que juntas têm capacidade de 2.892 MW, além de outras instalações, mas novas oportunidade de aproveitamento desse potencial hídrico tem se reduzido, e a Empresa, por orientação do Governo de Minas, seu acionista controlador, está buscando novas alternativas energéticas limpas e de custo viável para os consumidores”, afirmou o presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais.
Assim como ocorreu nas décadas de 70 e 80, quando foram construídas as usinas de São Simão e Emborcação, transformando a economia do Triângulo, antes predominantemente voltada para a agropecuária, a oferta de gás natural vai marcar uma nova etapa no desenvolvimento regional. Existe uma demanda de novas empresas que pretendem se instalar na região e não o fazem pela inexistência do gás. Os benefícios também não se restringem à instalação de novos empreendimentos, como a fábrica de amônia, mas também incluem a otimização das operações das empresas já instaladas.
Uberaba é o maior polo de fosfatados do Brasil e nele operam todas as grandes misturadoras de fertilizantes do País, sendo responsável pelo abastecimento de cerca de 40% do mercado brasileiro. Na região estão as maiores jazidas brasileiras de rochas fosfáticas: a de Tapira, que atende ao parque industrial de Uberaba, e a de Salitre, que atenderá a um novo parque a ser construído em Patrocínio (Alto Paranaíba).
Protocolo de intenções
O protocolo de intenções tem prazo de vigência de dois anos, período em que o Governo do Estado, por meio da Cemig, se responsabilizará pelos estudos relativos ao gasoduto, ficando para a Petrobras a tarefa de fazer os estudos necessários para a implantação da fábrica de amônia. A previsão é que a fábrica de amônia esteja concluída até o final de 2013. A unidade terá capacidade de produção de 1,5 mil toneladas/dia.
O investimento estimado na implantação da fábrica será de US$ 1 bilhão. Cemig e Petrobras deverão trabalhar ainda para obter incentivos federais e obtenção de licenças ambientais no âmbito federal. O Governo de Minas, especificamente, deverá atuar para a concessão de incentivos, bem como para a disponibilização de terrenos e emissão de licenciamento ambiental no âmbito estadual tanto para um quanto para o outro projeto.
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